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Ótima oportunidade ao leitor, de conhecer alguns conceitos básicos da teoria freudiana através de uma sintética, interessante e revolucionária versão não materialista. Ao relatar O SONHO que teve com o criador da Psicanálise, o autor vai expondo, de maneira acessível a qualquer pessoa interessada, os passos primordiais para o início de uma ANÁLISE pessoal, que leve em conta os anseios mais PROFUNDOS da alma.

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SEXO ANIMAL

Se eu tivesse muito espaço e o leitor preferisse, eu explicaria cientificamente, como um povo é levado para o matadouro do intelecto, do cérebro, da alma... Mas, tenho de ser simples e conciso, então digo que é por um processo semelhante ao uso da “vaca madrinha”, uma fêmea que, diante do gado, badala o sino que seu dono lhe pendurou no pescoço. Seu som atrai e conduz os animais do rebanho para onde o dono quer...

Muitos homens e mulheres se prestam ao trabalho sujo da vaca, e na mesma inconsciência fazem soar na voz falada, escrita, cantada, e no exemplo de vida, a propagação da miserável servidão aos exploradores de humanos na roda da economia política, que visa a riqueza da nação por meio do aumento da produção, circulação e consumo de mercadorias... Nesse mercado, o som da vaca seduz jovens e não muito jovens, e os leva a se tornarem corpos descerebrados e mercadorias de alto rendimento...

Para ilustrar o assunto, lembremos que os irracionais, da simples minhoca aos mamíferos, praticam atos sexuais polivalentes, mas sem fazer nenhum alarde disso. A minhoca, por exemplo, só possui gânglios, é descerebrada e hermafrodita, e tanto penetra como é penetrada na cópula, mas não sai por aí exaltando o prazer de sua miserável condição de animal bissexual. A fêmea do louva-a-deus “come” literalmente o macho durante o sexo, mas, ao que se sabe, tal ser insignificante não exalta a prática do sadomasoquismo... Sabe-se que até mesmo os leões machos têm momentos de confusão quanto ao sexo do parceiro, sem que, igualmente, não andem pela selva fazendo apologia do que fazem...

Ora, os homens e mulheres deveriam fazer intensa propaganda da condição inteligente, intelectual e racional, virtudes que lhes permitem usufruir exclusivo prazer de viver em plena era da tecnologia. E, tudo porque, quando atingiram algum nível intelectual de abstração, adotaram regras morais de solidariedade coletiva e, buscando aprimorar as ações frente às solicitações animais, saíram da bestialidade e se elevaram ao conceito de humanidade.

A formação social humana, então, consagrou a união estável de macho com fêmea e a função da família, para criar, educar, proteger e dar estabilidade afetiva aos filhos. Evidente que nem tudo virou um mar de rosas e vários fatores levaram ao surgimento da mulher vendendo o corpo para satisfazer a sexualidade alheia. Por sobreviver do expediente sexual, ela inaugurou “a mais antiga das profissões” e foi considerada perniciosa ao vínculo colaborativo da formação familiar em quase todas as sociedades. Por isso, passou ser maltratada, assassinada e chamada por pejorativos entre os quais, “vadia” e “vaca” são os mais suaves. Afinal, seus atos tocavam alto o som do desregramento moral.

Com o tempo as leis da economia política substituíram as regras morais e muitos homens passaram a seguir o som ou exemplo da prostituta, depois de passarem pela “lavagem cerebral” que fez de seus corpos uma mercadoria de alta aceitação. Extensa rede comercial e industrial dirigida por proxenetas disfarçados de empresários se esmerou na exploração de veículos midiáticos, motéis, anticoncepcionais, venda de chicotes, remédios afrodisíacos e outros artefatos eróticos.

Na tarefa de desvalorizar a alma racional, Hitler se destacou como mestre na arte de enganar, e ficou famoso por passar a mesma coisa por outra apenas trocando o som de seu nome; por exemplo, mandou escrever “banheiro” na porta da câmara de gás para onde atraiu e executou parte de seu bárbaro propósito genocida... George Orwel denunciou esse estratagema que se alastrou entre os homens no poder e denominou-o “Novilíngua”, em seu livro “1984”. De fato, com ritmos diferentes do mesmo sino, prostitutas e prostitutos “se tornaram” garotas e garotos de programa, como se fizessem algo mais moderno ou “da hora”, do que fizeram as pioneiras no mercado do sexo e seus antepassados animais...

Agora, numa recente matéria da revista “Veja”, o jornalista, repetindo “baba” antiga chamou de “revolução sexual e comportamental” à marcação de transas sexuais pela Internet. Com esse tilintar dá a impressão de que um assédio sexual pela Internet é superior ao ritual do galo que volteia a galinha antes de cobri-la, ou da mulher que encostada em um poste de luz sombria pergunta: “quer se divertir fazendo neném meu bem?”. Certamente, os participantes desses encontros de corpos desprovidos das históricas conquistas humanas de respeito mútuo e de amor, podem nada cobrar financeiramente, e por este aspecto não seria correto confundi-los com prostitutos e prostitutas. Mas, porque ocorrem entre corpos esvaziados de valores morais, racionais e afetivos, conquistas da evolução humana, há quem diga que se prestarmos atenção talvez possamos ouvir nas páginas das revistas, em certos programas de televisão e na Internet, algo soando assim: ding-bléim, ding-bléim, ding-bléim... Eia boi... Eia vaca... Eia gado! Eia gado!

 

 

Prof. Jorge Melchiades Carvalho Filho

Fundador do NUPEP

Membro da Academia Sorocabana de Letras

Publicado na Folha Nordestina – edição de março - 2013

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